A Câmara de Santa Marta de Penaguião anunciou que termina o ano sem uma “única” factura por pagar a fornecedores, empreiteiros,
subsídios a colectividades ou transferências para as juntas, acreditando ser um
“caso raro” no país.
O
presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião, o socialista Francisco
Ribeiro, disse à Agência Lusa que, pela segunda vez consecutiva, a autarquia
duriense fecha o ano “sem dever um cêntimo”.
“Com
efeito, nas gavetas do município não se encontram quaisquer facturas que
aguardam o seu pagamento”, frisou o autarca.
E o
segredo está, segundo Francisco Ribeiro, no “rigor”, numa “dedicação plena ao
trabalho”, na “rentabilização ao máximo dos tostões” e na inexistência de “gastos
supérfluos”.
“Cumprimos
os nossos deveres como deveria ser obrigação de qualquer cidadão. Se eu mando
fazer obras devo pagar, senão o empreiteiro não pode pagar aos seus
trabalhadores e estes não podem pagar ao merceeiro”, salientou.
Francisco
Ribeiro considerou que esta atitude do município, “que começa a ser uma excepção,
devia ser uma atitude geral de todos os cidadãos”.
“Somos
a camisola amarela no que respeita à saúde financeira autárquica. E assim
continuaremos a fazer tudo para que o ano de 2012 seja igual”, afirmou.
Francisco
Ribeiro fez ainda questão de salientar que a sua autarquia “não deve nada” às
empresas Água de Trás-os-Montes e Alto Douro e de recolha de lixo, que
representam as “maiores despesas” do município.
“Nós
vimo-nos à rasca para cumprir, até porque a conta da água ultrapassa largamente
aquilo que cobramos aos nossos munícipes”, salientou.
Em
2011, prioridade da autarquia foi concluir obras comparticipadas por fundos
comunitários como o fórum de actividades, a regeneração urbana, o centro
escolar, a zona oficinal ou os ecopontos subterrâneos.
A
área social é uma grande aposta do município, que investiu na recuperação das
escolas primárias abandonadas para habitação e na criação de emprego sazonal
para trabalhadores agrícolas desempregados.
Inserido
na Região Demarcada do Douro, este concelho tem como principal actividade
económica a vitivinicultura. Só que, segundo Francisco Ribeiro, o sector está a
atravessar “uma crise brutal”.
Em
consequência, são muitos os trabalhadores agrícolas que já não “arranjam
jornas”, um cenário que fica “ainda mais negro” nos meses de Junho a agosto, em
que são poucos os trabalhos que se fazem na vinha neste período que antecede as
vindimas.
Para
“minimizar este flagelo”, a autarquia lançou o “Programa + Emprego”, que
resultou de um protocolo de colaboração e de comparticipação financeira
estabelecido com as 10 juntas de freguesia do concelho e beneficiou 36
trabalhadores.
Este
programa será para repetir em 2012 e, se possível, até aumentar o número de
beneficiários.
No
próximo ano, Francisco Ribeiro quer avançar com a requalificação da escola
EB2,3 e ainda a estrada de ligação à Régua, pela zona do Rodo.
A
Câmara de Santa Marta de Penaguião dispôs, em 2011, de um orçamento de 11,7
milhões de euros e, para 2012, o orçamento aprovado é de 10 milhões de euros.
Sem dúvida foi um grande Presidente Abraço
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