sábado, 31 de dezembro de 2011

Município de Santa Marta de Penaguião é uma “ agulha no palheiro” em Portugal. Autarquia termina ano sem uma "única" factura por pagar.


A Câmara de Santa Marta de Penaguião anunciou que termina o ano sem uma “única” factura por pagar a fornecedores, empreiteiros, subsídios a colectividades ou transferências para as juntas, acreditando ser um “caso raro” no país.
O presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião, o socialista Francisco Ribeiro, disse à Agência Lusa que, pela segunda vez consecutiva, a autarquia duriense fecha o ano “sem dever um cêntimo”.
“Com efeito, nas gavetas do município não se encontram quaisquer facturas que aguardam o seu pagamento”, frisou o autarca.
E o segredo está, segundo Francisco Ribeiro, no “rigor”, numa “dedicação plena ao trabalho”, na “rentabilização ao máximo dos tostões” e na inexistência de “gastos supérfluos”.
“Cumprimos os nossos deveres como deveria ser obrigação de qualquer cidadão. Se eu mando fazer obras devo pagar, senão o empreiteiro não pode pagar aos seus trabalhadores e estes não podem pagar ao merceeiro”, salientou.
Francisco Ribeiro considerou que esta atitude do município, “que começa a ser uma excepção, devia ser uma atitude geral de todos os cidadãos”.
“Somos a camisola amarela no que respeita à saúde financeira autárquica. E assim continuaremos a fazer tudo para que o ano de 2012 seja igual”, afirmou.
Francisco Ribeiro fez ainda questão de salientar que a sua autarquia “não deve nada” às empresas Água de Trás-os-Montes e Alto Douro e de recolha de lixo, que representam as “maiores despesas” do município.
“Nós vimo-nos à rasca para cumprir, até porque a conta da água ultrapassa largamente aquilo que cobramos aos nossos munícipes”, salientou.
Em 2011, prioridade da autarquia foi concluir obras comparticipadas por fundos comunitários como o fórum de actividades, a regeneração urbana, o centro escolar, a zona oficinal ou os ecopontos subterrâneos.
A área social é uma grande aposta do município, que investiu na recuperação das escolas primárias abandonadas para habitação e na criação de emprego sazonal para trabalhadores agrícolas desempregados.
Inserido na Região Demarcada do Douro, este concelho tem como principal actividade económica a vitivinicultura. Só que, segundo Francisco Ribeiro, o sector está a atravessar “uma crise brutal”.
Em consequência, são muitos os trabalhadores agrícolas que já não “arranjam jornas”, um cenário que fica “ainda mais negro” nos meses de Junho a agosto, em que são poucos os trabalhos que se fazem na vinha neste período que antecede as vindimas.
Para “minimizar este flagelo”, a autarquia lançou o “Programa + Emprego”, que resultou de um protocolo de colaboração e de comparticipação financeira estabelecido com as 10 juntas de freguesia do concelho e beneficiou 36 trabalhadores.
Este programa será para repetir em 2012 e, se possível, até aumentar o número de beneficiários.
No próximo ano, Francisco Ribeiro quer avançar com a requalificação da escola EB2,3 e ainda a estrada de ligação à Régua, pela zona do Rodo.
A Câmara de Santa Marta de Penaguião dispôs, em 2011, de um orçamento de 11,7 milhões de euros e, para 2012, o orçamento aprovado é de 10 milhões de euros.

FONTE                                                           1ª PAGINA

 


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