A ministra da Agricultura, Assunção
Cristas, defendeu que os vinhos "podem contribuir muito" para
Portugal sair da crise, afirmando que a manutenção do IVA a 13% é uma medida
"fundamental para dar músculo às empresas".
Os vinhos, "como todo o sector agrícola, podem
contribuir muito para a saída de Portugal da crise", disse a ministra da
Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, em declarações à Lusa,
à margem do evento "Descoberta dos Grandes Vinhos". A governante
lembrou que nos últimos dez anos o sector agrícola aumentou as suas exportações
em 10%, quase o dobro do crescimento registado em todas as exportações gerais,
na ordem dos 5,4%.
"O Governo foi sensível e manteve o IVA [dos vinhos] na taxa
intermédia", recordou a ministra, salientando que esta medida é
"fundamental para dar músculo às empresas portuguesas, que exportam 30% da
sua produção". De acordo com a governante, "a economia portuguesa
pode crescer centrada nas exportações, virando-se para fora" e o sector
dos vinhos está "no centro dessa estratégia". Os vinhos nacionais
estão a penetrar em cada vez mais mercados internacionais, destacou Assunção
Cristas, que afirmou que este produto é reconhecido como tendo "excelente
qualidade".
Uma das medidas de apoio ao sector - que é, nas palavras da
ministra, "um sector vivo e interessado em continuar o caminho da
internacionalização" - passa também pelo ProDer (Programa de Desenvolvimento
Rural). Este apoio foi reforçado este ano em 38 milhões de euros, disse
Assunção Cristas, uma forma de "ajudar quem aposta num sctor
estratégico". Questionada sobre o futuro da Casa do Douro, cujas dívidas
ascendem a 110 milhões de euros, a ministra assegurou que "com muita
brevidade" serão apresentadas "soluções".
O objectivo é, referiu, perceber de que forma a Casa do Douro se
pode "organizar e desempenhar melhor o seu papel" e "como é que
o Estado se pode ressarcir das dívidas". O encontro "Descoberta dos
Grandes Vinhos", em Lisboa, foi promovido pela distribuidora Heritage. Um
dos vinhos em destaque no encontro foi o Scion, um vinho do Porto de 1855,
descoberto pelo enólogo da empresa na vila da Presegueda (Peso da Régua), disse
à Lusa Paulo Cunha, responsável da distribuidora. Uma vez que é anterior à
devastação causada pela filoxera nas culturas europeias entre os anos 1860 e
1870, este vinho mantém "uma complexidade aromática e uma frescura que é
muito difícil de encontrar".
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