sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Cliente final é que terá de suportar cobrança das SCUT


O presidente da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) defende que tem de ser o cliente final a suportar as portagens das SCUT porque as empresas de transporte não têm capacidade.


“É um impacto tremendo [as portagens]. Obviamente que não pode ser absorvido pelas empresas, terá de ser transferido para o cliente”, disse António Mousinho à Lusa. As portagens em quatro autoestradas SCUT (Sem Custos para o Consumidor) entraram em vigor na quinta-feira na A23 (entre Torres Novas/Abrantes e a Guarda), na A24 (entre Vila Verde/Chaves e Arcas-Estrada Nacional 2), a A25 (entre Aveiro e Vila Formoso) e a A22 (entre Lagos e Castro Marim/Vila Real de Santo António). 

Afirmando que as empresas “não tinham, na sua estrutura de custos, em vista estas portagens”, António Mousinho ressalvou que os valores em causa são “muito significativos” e “impossíveis de absorver pelas empresas”. Para exemplificar, disse que um transporte Porto-Madrid custa entre 550 a 600 euros e só a portagem na A25 representa cerca de 50 euros. “Estamos a falar em cerca de 10 por cento do valor total do transporte. É um impacto tremendo”, afirmou. 

O presidente da ANTRAM disse ainda que tem defendido junto do Governo que seja criado um “desconto de quantidade”. “Como os nossos associados são utilizadores permanentes dessa infraestruturas, que tenham a consideração de que um utilizador frequente deve ter um tratamento diferente de um esporádico ou ocasional. É essa medida que estamos à espera”, ressalvou. António Mousinho criticou ainda o que considerou ser a falta de alternativas às SCUT para quem não as queira utilizar, lamentando que se tenha acabado com os Itinerários Principais (IP) e os Itinerários Complementares (IC). 

“Não existem alternativas, a A25, por exemplo, foi construída sobre o IP5. Se os IP e os IC se mantivessem, podia-se dizer que existia uma verdadeira alternativa”, indicou. O presidente da ANTRAM ressalvou ainda que em Espanha “praticamente não há portagens” e em França “existem descontos para os frequentadores frequentes”. 

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