domingo, 18 de março de 2012

Rebuçados da Régua: Traditional Régua Candy from Douro / Portugal


Rebuçados tradicionais,  receita com mais de 200 anos, sem conservantes ou conservadores, apenas água, açúcar e plantas aromáticas.
Estes rebuçados foram usados ​​no passado pelos trabalhadores vinhas, para evitar constipações e problemas respiratórios causados ​​pelo pó dos vinhedos. 

20 anos a preparar e vender rebuçadosMaria José Leitão, de 63 anos, vende estes doces tradicionais há mais de 20 anos, junto à estação de caminho de ferro e também junto aos barcos, que na época estival levam milhares de turistas ao Douro. As rebuçadeiras vendem os doces em cestos de vime que trazem no braço, com sacos de um euro.

Consta que estes doces começaram por ser vendidos nas festas e romarias mas não se sabe ao certo qual foi a sua origem ou há quanto tempo surgiram os rebuçados. "Isto já é muito antigo", garantiu Maria José Leitão citada pelo Café Portugal.

Sabe-se que se evidenciaram a partir da década de 30 do século XX e que foi a fonte de rendimento de muitas mulheres nessa época. Hoje em dia, a situação mudou. 

"O negócio está muito fraco e depois tem esta coisa que é a crise, depois também não querem engordar, depois são os diabetes, depois é isto e é aquilo, mas não é, é apenas uma desculpa", salientou a vendedora ao Café Portugal.

Durante o dia, as mulheres percorrem a Régua com os cestos. À noite confeccionam os doces. A receita é simples: basta açúcar, mel, limão e manteiga. Mas o segredo que lhes dá o "verdadeiro sabor" só elas sabem e não partilham com qualquer um. 
Pesquisa web por Blogue Douro&Trás-os-Montes  FONTE 

""Este é um produto que faz parte das minhas memórias salivares desde que me reconheço. Sempre que se realizavam viagens até ao Peso da Régua, ou na passagem por Vila Real para deslocações ao Porto, havia sempre uma encomenda com rebuçados da Régua. Depois a lembrança da paragem do comboio na Régua onde vendedeiras apregoavam os rebuçados. Também me lembra de em Bragança haver uma senhora (que vivia no Calejo das Pedras junto à casa da Maria do Loreto), que veio da Régua, e que preparava e vendia rebuçados, na rua, sempre vestida de bata branca.
Pedi a receita ao meu amigo António Monteiro, enciclopédia viva das tradições transmontanas, que me enviou de pronto e transcrevo:“Leve o açúcar a ponto de rebuçado com duas cascas de limão e o sabor de uma ou duas ervas aromáticas (é o segredo das rebuçadeiras). Vaze-o numa pedra de mármore ou de lousa, previamente untada com manteiga ou margarina (antigamente, com banha ou azeite), e, enquanto estiver quente, vá cortando os rebuçados um a um, para depois os embrulhar em forma de laçarotes.Nota: os aromas podem variar muito; vão do mel ao tomilho, da canela à infusão de flor de laranjeira... As temperaturas de aquecimento do açúcar também têm influência na coloração dos rebuçados, mais ou menos escuros, assim como a utilização do tipo de açúcar (branco ou amarelo)...” O papel de embrulho é o vegetal, lembrando os famosos doces embrulhados saídos de conventos.
 Aqui fica o registo. Gostaria de que se vendessem no resto da País, agora que parece haver legiões a defender o que é nosso.""
 © Virgílio Nogueiro Gomes - gastrónomo com formação superior e carreira firmada em hotelaria, tendo-se dedicado desde sempre à investigação e estudo da alimentação ao longo dos tempos. 
Conselheiro da Comissão Nacional de Gastronomia e consultor da AHRESP, entre muitas outras ligações, é presença assídua na grande maioria dos eventos nacionais realizados nesta área, autor de textos (publica com regularidade em duas revistas e um jornal) e dinamizador do site gastronómico – www.virgiliogomes.com
Virgílio Gomes é ainda formador no mestrado em Ciências Gastronómicas do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.









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