Foto: BVAGUDA |
Portugal é o único país da OCDE, onde os corpos de
bombeiros, estruturas centrais da defesa civil do território, se não estruturam
na dependência hierárquica da administração directa do Estado ou da
administração autárquica. As poucas dezenas de organizações que dependem dos
municípios, não anulam o panorama nacional das mais de 400 associações
humanitárias, nascidas da sociedade civil.
Nos últimos anos foi percorrida uma alteração profunda da
estrutura legislativa da protecção civil. Nessa reforma foi incluído o universo
dos bombeiros, com a criação de uma trilogia de ferramentas normativas que
incluem o regime jurídico dos bombeiros, o regime dos corpos de bombeiros e,
primeira vez nos sete séculos de história dos movimentos humanitários, o regime
das associações humanitárias.
Para além das alterações legislativas, a protecção civil
passou a ter um pacote financeiro de mais de 300 milhões de euros, que se
destinava a financiar formação, meios e quartéis operacionais. Este pacote,
construído pelas nossas mãos em 2006, 2007 e 2008, foi muitas vezes atacado e
cobiçado, mas manteve-se intacto nos propósitos.
Nos últimos cinco anos, o distrito de Vila Real viu
aparecerem novos quartéis e ainda a requalificação de outros. Em quase todos os
concelhos há/houve empreitada. E o investimento global é muito significativo.
Diríamos mesmo que é o maior de sempre neste sector.
No concelho de Vila Real estão a realizar-se duas obras
importantes. Está praticamente concluída a ampliação do Quartel dos Bombeiros
da Cruz Verde e o dos Bombeiros da Cruz Branca avança a todo o ritmo.
O ano de 2012 será, portanto, um ano de novas casas para que
os que nos guardam os bens, possam desenvolver o seu trabalho com mais
qualidade.
O contributo do município e das associações humanitárias
é/foi muito relevante. Mas, o elevado estímulo que o QREN deu, foi essencial. A
não existir, esperaríamos mais umas décadas pela chegada das obras almejadas.
Quando no início de 2005 tivemos que encontrar o
financiamento para a construção dos quartéis de Salto e de Cerva e para se
pagarem as pequenas intervenções em mais quatro quartéis, estávamos longe de
pensar que o sector dos Bombeiros iria ter uma pequena revolução nos meios
disponíveis. Mas ao olharmos para a nossa terra e sentirmos que também ela foi
contemplada pelos fundos da União Europeia, ficamos com a sensação do dever cumprido.
Na política o que cada um faz é uma conquista de todos. E a conquista do QREN
para os Bombeiros Portugueses foi, é, uma conquista dos milhares de homens e de
mulheres que esquecem o seu bem-estar para o darem aos que precisam.
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