As pessoas que vivem sozinhas em Portugal são cada vez mais, segundo os resultados provisórios dos Censos 2011 divulgados, que revelam que uma em cada cinco famílias é composta por apenas um elemento.
A população cresceu cerca de 2% nos últimos dez anos, mas as famílias estão cada vez mais pequenas: entre 2001 e 2011 o número de pessoas que vivem sozinhas aumentou 37,3%.
E é principalmente no interior sul do país que a solidão mais se sente: "A vivência familiar solitária domina toda a metade interior do Continente, a maior parte no Alentejo Litoral e Algarve e alguns municípios das regiões autónomas", disse Fernando Casimiro, coordenador do Gabinete dos Censos.
O especialista lembrou que o norte litoral é a zona do país onde o fenómeno é menos visível, por oposição a 122 municípios, onde 22% das famílias clássicas são compostas por apenas uma pessoa.
"Nas duas últimas décadas acentuou-se a redução da dimensão das famílias clássicas, com um aumento contínuo de famílias com apenas um ou duas pessoas", anunciou, admitindo que ainda não é possível traçar o perfil destes solitários nem perceber quais os fenómenos que levaram a esta situação.
As respostas a estas dúvidas só deverão ser conhecidas no terceiro trimestre do próximo ano, quando forem divulgados os dados definitivos dos censos: "Os resultados vão permitir perceber melhor se se trata de famílias compostas maioritariamente por idosos ou se são jovens que entretanto saíram de casa", disse Fernando Casimiro.
Se se trata de pessoas divorciadas, que enviuvaram ou que sempre foram solteiras são outras das dúvidas que só serão esclarecidas no próximo ano. Até lá, pode-se apenas falar em cenários possíveis: "Supõe-se que se trata de pessoas idosas mas os dados de que dispomos agora não nos permitem dizer isso", admitiu.
Através dos dados hoje divulgados é ainda possível perceber que as famílias são cada vez mais pequenas: Há dez anos a dimensão média era de 2,8 elementos enquanto hoje é de 2,6.
E se, entre 2001 e 2011, o número de famílias clássicas aumentou cerca de 10,8%, atingindo 4 044 100, as famílias numerosas são cada vez menos. Nos últimos dez anos as famílias com mais de quatro ou cinco elementos passaram de 15,4 para 6,5%.
O número de famílias com três pessoas mantém-se semelhante ao que se registou no último recenseamento, realizado há dez anos.
Os resultados hoje divulgados revelam que a população residente está cada vez mais velha e aumentou cerca de 2% na última década, sendo que no passado dia 21 de Março (momento censitário) viviam no país 10 561 614 pessoas.
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