1h37, Setembro faz calor no quarto, sem adormecimento, levantei-me da cama, dirigi-me ao pátio para sentir a frescura da noite na pele. Observei o céu todo estrelado, evocou minha atenção uma estrela cintilante mais aparentava querer falar comigo, dizer-me algo. Incendiei um cigarro ficando minutos tentando entender o que meu próprio espírito tenta dizer ao meu corpo. Num aperto por receio de estar a fugir ao meu próprio destino, fui buscar uma aguardente velha na esperança de queimar esse sentimento. Já à frente do computador, num arrepio sinto a inquietação do meu espírito em comunicação com outro de alguém que quer falar comigo. Sem medo deixo-me levar para alcançar respostas às dúvidas. Então percebo que o meu corpo acordou sem meu espírito porque esse era procurado por quem nunca esquecera.
Em privilégio vi em seu leito de coração negro em tremenda aflição por mim, sua força imensa chegou até mim.
“Pensamento é a nossa maior força, nunca devemos deixar de pensar em quem mais amamos mesmo que a distância afaste nossos corpos.”
António Barroso
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