domingo, 11 de março de 2012

UM PAÍS DE BANANAS


Por: Paulo Costa

Um país de bananas, onde os que se acham HOMENS VALENTES E IMORTAIS não passam de humildes homens simples que se escondem da luta e da verdade, onde o fado é a nossa maior bandeira, pois achamos que chorar vale sempre mais que encarar a verdade e impor consequências.

Um país de bananas, onde miúdos mimados que andaram a colar cartazes nas campanhas políticas viram ministros, secretários de estados ou prestigiados deputados de um qualquer partido. 

Um país de bananas, onde um empreendedor que cria uma empresa, cria postos de trabalho, paga carradas de impostos para alimentar o país, e trabalha 16 horas por dia é visto como um ladrão, mas onde qualquer político de meia-tigela é tratado por Sôr Eng., Sôr Deputado, Sôr Ministro, Sôr Presidente ou Sôr qualquer coisa, mas sempre com elevação e diferenciação. 

Um país de bananas, onde todos os dias são expostos casos de roubos absolutos às contas públicas e os que roubam ainda vão à televisão pública com uma lata do tamanho do mundo afirmar que são sérios, e o povo ouve, assimila e ainda bate palmas e defende estes ladrões. 

Um país de bananas, onde miúdos com 26 anos, que nunca trabalharam UM DIA, nunca criaram um único posto de trabalho e acabaram o curso sabe-se-lá-como, são deputados que falam como gente grande mas que da realidade da vida não percebem um pintelho.

Um país de bananas, onde para marcar reunião com um qualquer político de Lisboa é preciso dar a volta ao mundo, seja para apresentar um projeto importante seja para solicitar atenção a um qualquer primordial problema, mas tudo se torna simples quando falamos de convidar para uma qualquer sessão que objetiva inaugurar qualquer coisa. 

Um país de bananas, onde gastam milhões em obras concluídas com 1.000% acima orçamento contratualizado, onde se fazem obras que ninguém pediu, onde as auto-estradas do litoral nasceram como cogumelos, onde aeroportos estão vazios, onde Lisboa parece ser uma das melhores cidades do mundo e o interior do país parece um terceiro mundo.

Um país de bananas, onde todos falam falam falam mas onde os que atuam são apenas aqueles que estão dispostos a entrar neste sistema podre e ruinoso.

Acredito em PORTUGAL, sendo que os meus amigos dizem que sou a pessoa mais otimista do mundo, acredito em Portugal porque acredito que na maioria somos HOMENS E MULHERES sérios e de verdade, mas tenho pena que sejamos tão humildes que nos deixemos dominar por uma estrutura podre e viciada, repleta de corrupção e maus-vícios que nos levarão à ruína absoluta. 

Acredito em Portugal, mas nesta sociedade globalizada e em que tudo funciona à escala que adianta acreditar individualmente? É incrível como numa época em que é tão fácil unir esforços estejamos cada vais mais isoladamente sozinhos.

Sou português, mas se não fosse certamente diria que somos um país de bananas.

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