Por: Paulo Costa |
Um país de bananas,
onde os que se acham HOMENS VALENTES E IMORTAIS não passam de humildes homens
simples que se escondem da luta e da verdade, onde o fado é a nossa maior
bandeira, pois achamos que chorar vale sempre mais que encarar a verdade e
impor consequências.
Um país de bananas,
onde miúdos mimados que andaram a colar cartazes nas campanhas políticas viram
ministros, secretários de estados ou prestigiados deputados de um qualquer
partido.
Um país de bananas, onde um empreendedor que cria
uma empresa, cria postos de trabalho, paga carradas de impostos para alimentar
o país, e trabalha 16 horas por dia é visto como um ladrão, mas onde qualquer
político de meia-tigela é tratado por Sôr Eng., Sôr Deputado, Sôr Ministro, Sôr
Presidente ou Sôr qualquer coisa, mas sempre com elevação e diferenciação.
Um país de bananas, onde todos os dias são expostos
casos de roubos absolutos às contas públicas e os que roubam ainda vão à
televisão pública com uma lata do tamanho do mundo afirmar que são sérios, e o
povo ouve, assimila e ainda bate palmas e defende estes ladrões.
Um país de bananas, onde miúdos com 26 anos, que
nunca trabalharam UM DIA, nunca criaram um único posto de trabalho e acabaram o
curso sabe-se-lá-como, são deputados que falam como gente grande mas que da
realidade da vida não percebem um pintelho.
Um país de bananas, onde para marcar reunião com um
qualquer político de Lisboa é preciso dar a volta ao mundo, seja para
apresentar um projeto importante seja para solicitar atenção a um qualquer primordial
problema, mas tudo se torna simples quando falamos de convidar para uma
qualquer sessão que objetiva inaugurar qualquer coisa.
Um país de bananas, onde gastam milhões em obras
concluídas com 1.000% acima orçamento contratualizado, onde se fazem obras que
ninguém pediu, onde as auto-estradas do litoral nasceram como cogumelos, onde
aeroportos estão vazios, onde Lisboa parece ser uma das melhores cidades do
mundo e o interior do país parece um terceiro mundo.
Um país de bananas, onde todos falam falam falam
mas onde os que atuam são apenas aqueles que estão dispostos a entrar neste
sistema podre e ruinoso.
Acredito em PORTUGAL, sendo que os meus amigos
dizem que sou a pessoa mais otimista do mundo, acredito em Portugal porque
acredito que na maioria somos HOMENS E MULHERES sérios e de verdade, mas tenho
pena que sejamos tão humildes que nos deixemos dominar por uma estrutura podre
e viciada, repleta de corrupção e maus-vícios que nos levarão à ruína absoluta.
Acredito em Portugal, mas nesta sociedade
globalizada e em que tudo funciona à escala que adianta acreditar
individualmente? É incrível como numa época em que é tão fácil unir esforços
estejamos cada vais mais isoladamente sozinhos.
Sou português, mas se não fosse certamente diria
que somos um país de bananas.
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