Com o rio Douro ao fundo, a vista de tirar o fôlego do hotel Aquapura. FOTO: CLEIDE CARVALHO |
DELEITE LUSITANO
Porto, Portugal – Vista de Vila Nova de Gaia, a cidade do Porto nos convida a espreitar janelas e frestas entre telhados e a se perder num sobe e desce por ruas estreitas, vielas, becos e histórias contadas por anónimos. Avistada do outro lado do Douro, a segunda cidade mais importante de Portugal é percebida embalada pelas caves emparelhadas à margem do rio, entre um gole e outro de vinho do Porto, com seus sabores e aromas.
Este país de cenas tão óbvias quanto encantadoras oculta um enorme poder de sedução de norte a sul, que vem embalado em roteiros onde o vinho é a principal atracão, a ser degustada em ambientes modernos, confortáveis e luxuosos na conta certa para não perder o charme. Nos últimos anos, Portugal buscou seu lugar no turismo mundial. Melhorou a infraestrutura, tornou os serviços mais eficientes e encontrou o nicho dos sabores de vinhos e comidas de cada uma de suas regiões. Até porque, apesar de pequeno, é diverso na identidade – para os que se dispõem a descobri-lo.
Um roteiro às margens do Douro
A própria cidade do Porto oferece programas deliciosos, a começar por um passeio pelo Cais da Ribeira. O Porto tem endereços clássicos, como o Café Majestic, com sua arquitectura rebuscada, seus espelhos e candelabros – e, o mais importante, seus doces, como os famosos ovos moles. Sem esquecer, claro, das receitas de bacalhau.
A velha cidade e seus ícones merecem ser explorados: a Sé, construção dos séculos 12 e 13; a Igreja de São Francisco, do século 14, e a Torre dos Clérigos, do século 18, continuam a dispensar qualquer modernidade.
Da Região Demarcada do Douro saem os vinhos do Porto, fortificados com aguardente, naturalmente mais doces e com teor alcoólico mais alto.
Peso da Régua – ou apenas Régua – é o centro dos produtores da primeira região vinícola demarcada do mundo, o Alto Douro, declarado Património da Humanidade pela UNESCO. Na cidade, situada na região de Trás-os-Montes, está o Museu do Douro, na Casa da Companhia, com exposições sobre o tema.
Viajar de comboio de Peso da Régua a Pocinho, passando por Pinhão, é uma outra opção de passeio agradável. São 175 quilómetros de distância, dos quais cerca de cem são feitos avistando o rio. Uma beleza de viagem.
A cinco minutos de Régua, em pleno Vale do Douro, o Aquapura Douro Valley é outro refúgio luxuoso, localizado na margem sul do rio. A proposta é de um paradeiro romântico, com direito a spa e todos os outros mimos. Todo o hotel funciona à meia-luz. Uma casa senhorial do século 19 foi restaurada e a ela foi acoplada uma ala nova. As refeições são caprichadas, a escolha dos vinhos (quase sempre do Douro) é certeira, e o spa com saunas aromáticas e camas d’água é irresistível.
Foto: Rui Pires |
ENTRE ADEGAS E QUINTAS
Porto, Portugal – A cerca de 80 quilómetros de Régua, Viseu é outro ponto de parada estratégico na Região Demarcada do Dão. A touriga nacional é a casta dominante, originando tintos encorpados, retintos e propensos ao envelhecimento. Instituída em 1908, a região tem cerca de 20 mil hectares de vinha e uma rota de vinhos composta por 35 membros, entre adegas e quintas. Nessas paragens, a Quinta e Cabariz, na Vila de Carregal do Sal, é destino obrigatório para um prazeroso almoço, regado a uma seleção espetacular de vinhos. Não tem outra: é uma visita memorável.
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