domingo, 2 de dezembro de 2012

O produtor de champanhe sonha com Douro


A única marca com nome português no mundo do champanhe chega ao mercado nacional. Meta: dez mil garrafas.
No mundo do champanhe, há uma marca que se distingue por ser a única casa produtora de origem portuguesa, a De Sousa. Uma dificuldade acrescida no negócio, reconhece Erick de Sousa, filho do fundador da conceituada marca e atual líder da estrutura familiar. "Há muitos nomes de origem alemã no champanhe - Mumm, Piper-Heidsieck, Bollinger -, mas nós somos os únicos de origem portuguesa e isso gerava grande desconfiança. Hoje, com a qualidade do nosso produto estabelecida nas provas e nas revistas, os apreciadores e os conhecedores já leram, já ouviram falar, já beberam De Sousa e já perceberam que é algo especial. Mas levámos 15 a 20 anos a conseguir este reconhecimento". O empresário, que sonha um dia possuir um hectare de vinha no Douro e produzir vinho do Porto.
Sediada em Avize e com 12 hectares de vinha, a Casa De Sousa fatura anualmente 1,650 milhões de euros. Presente em 25 países, destina 60% da sua produção aos mercados externos, o principal dos quais é o Japão. A empresa mantém os métodos de cultivo tradicionais, usando ainda o cavalo e a charrua para tratar a terra. "O trator compacta a terra, ela não respira e as raízes asfixiam", acredita Erick de Sousa.
Mas como surge um nome português associado à produção do mais famoso vinho francês? A história remonta ao início do século xx, quando o avô de Erick, Manuel de Sousa, natural de Arouca, distrito de Aveiro, combateu na I Guerra Mundial, em França. De regresso a Portugal, e confrontado com as difíceis condições de vida que o país proporcionava, optou por emigrar para França, em busca de melhor futuro. Levou consigo Carolina, a mulher, e o filho António e instalou-se na região de Champagne, dedicando-se ao cultivo da vinha.

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