segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Gastronomia, doçaria e vinhos do distrito de Vila Real


Foto: Fernando Peneiras
Apesar do distrito de Vila Real ser constituído por zonas, tão distintas entre si, como as Terras de Basto, o Barroso, o Alto Tâmega, o Douro, Trás-os-Montes, etc., a gastronomia é sempre substancial, na directa proporção com a altura das serras, a largueza de horizontes e a dureza das fainas agrícolas.
O facto do esforço físico dispendido pelos trabalhadores agrícolas exigir mais alimento do que o esforço intelectual, aliado ao conhecimento, de «experiência feito», de que o “ar do campo - particularmente o da montanha - abre o apetite”, justifica bem que existam por toda a Região os “pratos de resistência”, magníficos na quantidade, na variedade e na qualidade dos seus ingredientes.
É, sem dúvida, uma cozinha antiga e sábia, temperada a preceito, substancial, completa e saudável, que aumenta  as saudades da Região a quem, algum dia, teve o privilégio de a experimentar.
As «Carnes», os «Peixes», os «Enchidos» caseiros acompanhados com Pão de Centeio ou Broa de  Milho, a que, forçosamente, se devem seguir os bolos, os pastéis e os doces de travessa (herança de antigas tradições conventuais), exigem vinhos adequados e que não desmereçam: desde os frescos Vinhos Verdes e os sólidos Vinhos de  Mesa do Douro, passando pelos refrescantes Rosés, pelo aromático Moscatel de Favaios, pela Jeropiga de Valpaços ou de Chaves, para terminar nos Vinhos Finos ou Generosos da Região do Douro (verdadeiras "jóias da coroa" que do Porto apenas têm o nome).

“(...) à trindade tradicional do reino: os presuntos, as alheiras, os salpicões.
Por alturas do Natal, começa a matança. Ao romper da manhã, a paz de cada povoado é subitamente alarmada. Um grito esfaqueado irrompe do silêncio. Dias depois desmancha-se a bizarma, e um pálio de fumeiro cobre a lareira.
Quem não comeu ainda desses majares ensacados, prove...”
(Miguel Torgain Portugal)

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