terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Marão: já lá vão 6 meses, obras nem vê-las!



Foto de: Mensageiro Bragança
As obras na Auto-estrada do Marão, entre Amarante e Vila Real, estão paradas há seis meses, período durante o qual a concessionária se remeteu ao silêncio enquanto o Governo tem reafirmado empenho em desbloquear a situação.

A 27 de Junho, e pela terceira vez desde o início da empreitada no verão de 2009, as obras nesta auto-estrada foram suspensas. Primeiro por causa de duas providências cautelares e agora alegadamente devido a falta de financiamento, o facto é que o Túnel do Marão conta já com 14 meses de atraso.

A Auto-estrada do Marão, que inclui a construção do maior túnel rodoviário português, com 5.665 metros, tinha um investimento inicial de 350 milhões de euros e deveria estar concluída até 2012.

Seis meses depois da suspensão dos trabalhos, à entrada dos túneis praticamente não se vê movimento. De vez em quando passam uns carros com alguns trabalhadores, os quais essencialmente estão a efectuar trabalhos de manutenção na obra, nota a Lusa. 

Muitos curiosos param o carro num largo junto à Estrada Nacional 15 (EN15), junto à aldeia da Boavista, para espreitar para a serra esventrada e para as obras paradas.

A concessionária da obra é a Auto-estradas do Marão, que durante este período não explicou o porquê da paragem dos trabalhos, e o consórcio construtor é o Infratúnel, constituído pelas empresas Somague e MSF.
As negociações «são complexas», mas estão a decorrer, garantiu o presidente do Conselho de administração da empresa, Francisco Silva.
Da parte do Governo, fonte do Ministério da Economia reafirmou hoje à Agência Lusa empenho em desbloquear o problema.
Em Novembro, o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações referiu que estão a ser negociados 200 milhões de euros de fundos comunitários para concluir as obras na Auto-estrada do Marão. Sérgio Silva Monteiro disse, na altura, esperar uma solução até ao final do ano.
Esta paragem preocupa empreiteiros afetos, empresários locais de restauração, hotelaria e até postos de combustíveis.
E meio ano depois, Albano Ribeiro, do Sindicato da Construção de Portugal, ainda não encontrou explicações para a suspensão dos trabalhos. «Só sabemos que a situação não pode continuar assim».
O sindicalista prometeu uma tomada de posição em breve, a qual referiu que deverá ser tomada em conjunto com a Confederação da Indústria Portuguesa.
O responsável lançou duras críticas ao ministro da Economia, que «nunca respondeu» ao sindicato sobre este ou qualquer outro assunto que tenha a ver com a crise da construção em Portugal.
Albano Ribeiro disse que muitos dos trabalhadores afectos à construção da Autoestrada do Marão, que em pico de obra rondaram os 1400, já tiveram que emigrar.

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