sábado, 19 de janeiro de 2013

Subida do IVA para vinho "desastrosa" para Douro

Comerciantes e produtores do Douro consideram que a subida do IVA do vinho para os 23 por cento, sugerida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) será "desastrosa" para a região e traduzir-se-á numa quebra imediata nas vendas. 

O FMI refere num relatório publicado sexta-feira e que acompanha a sexta avaliação do programa de ajustamento português, que alguns dos bens e serviços que estão atualmente nas taxas reduzidas e intermédia não são de necessidades básicas, tais como o vinho.
Neste caso sugere que a taxa, atualmente nos 13 por cento, poderá passar para os 23 por cento.
Estas notícias lançaram grandes nuvens de preocupação sobre a Região Demarcada do Douro, onde os vinhos do Porto e Douro representam cerca de 480 milhões de euros anuais de volume de negócios.
António Saraiva, da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), afirmou à agência Lusa que, se o Governo acatar a sugestão do FMI, esta subida significará uma "quebra imediata nas vendas"
"Numa altura em que o Governo demonstra que há uma certa aposta no setor primário, nomeadamente na agricultura, tudo que vá originar quebras de vendas será desastroso", salientou.
Foto de Fernando Peneiras
António Saraiva espera que prevaleça o "bom senso" para que não se penalize mais este setor que já atravessa tantas dificuldades.
Para os pequenos e médios produtores durienses esta subida iria "complicar ainda mais" uma situação que "já é dramática".
"Não temos dúvidas de que vai ser mais uma razia, um problema que teremos que enfrentar e que terá repercussões a nível das vendas dos vinhos", afirmou Vítor Herdeiro, vice presidente da Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (AVIDOURO)
E, para o responsável, quem "mais uma vez irá pagar a fatura será o produtor".
À baixa do preço do vinho pago aos lavradores, juntam-se outras dificuldades como o aumento dos fatores de produção essenciais à vitivinicultura, como combustíveis ou produtos de tratamento das vinhas.
Na mais antiga região demarcada do mundo, os viticultores prometem agora ficar atentos e sair à rua em protesto se o executivo de Pedro Passos Coelho resolver avançar com o aumento do IVA.
No ano passado, também esteve em cima da mesa a subida da taxa intermédia do IVA para o vinho. Neste caso, o Governo decidiu manter a taxa em vigor devido à relevância do setor para a agricultura nacional

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