terça-feira, 10 de julho de 2012

Associações do Douro Superior lamentam desistência da Rio Tinto da exploração mineira em Moncorvo


O presidente da Associação de Municípios do Douro Superior considerou hoje que a exploração mineira em Torre de Moncorvo era de "grande importância para a região transmontana", lamentando a "desistência" da anglo-saxónica Rio Tinto do processo.


Moraes Machado reagia assim à notícia avançada hoje pela agência Lusa que dá conta que a empresa anglo-australiana Rio Tinto desistiu da exploração das minas de ferro de Moncorvo depois de semanas de intensas negociações entre o atual concessionário Minning Technology Investiments (MTI) e o Governo.
"Considero que houve um rude golpe para a região, tendo em conta que o investimento poderá não avançar. Ao mesmo tempo, veio defraudar algumas espectativas em matéria de emprego para a região", acrescentou Moraes Machado.
Segundo responsável, os meandros do negócio nunca foram bem definidos, considerando ainda "que decorreram de maneira sub-reptícia".
Por seu lado, o presidente da Associação de Desenvolvimento do Douro Superior, disse que foi sempre "prudente" em relação ao investimento da multinacional na região de Torre de Moncorvo.
"Este retrocesso, a ser verdade, vem trazer uma perda significativa em termos da criação de postos de trabalho e o investimento que foi anunciado deveria seguir em frente", frisou José Santos.
O autarca disse ainda que "não houve a devida cautela no decurso das negociações entre as partes".
As conversações terminaram na semana passada depois de a MTI, que detém os direitos de concessão das minas de Moncorvo até 2070, "não ter conseguido provar junto da Rio Tinto que o projeto era viável e rentável".
Este desfecho colocou assim em causa um projeto de exploração de ferro com um investimento superior a mil milhões de euros na região de Moncorvo, com recursos medidos e indicados de 552 milhões de toneladas de minério e recursos inferidos de mil milhões de toneladas.
O investimento iria permitir, numa primeira fase, a criação de 420 novos postos de trabalho diretos e cerca de 800 indiretos, bem como a criação de um polo de investigação e desenvolvimento no Nordeste Transmontano, com parcerias com instituições locais e internacionais.
Estas duas associações englobam os concelhos de Mogadouro, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta e Vila Nova de Foz Côa.

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