quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Souto Moura revelou projeto para barragem de Foz Tua


Eduardo Souto Moura apresentou ontem, dia 28, o projeto para o edifício do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua. A obra, a primeira do Arq. numa barragem, traduz o objetivo da EDP de reduzir o impacto daquela infraestrutura na paisagem do Douro Vinhateiro, classificada comoPatrimónio da Humanidade, e ainda de trazer para a região um novo foco de atração cultural e turística.
“Eliminar todo o carácter de ‘edifício’ a esta construção, reduzindo a sua imagem ao carácter de ‘máquina’ inserida na paisagem”, eis o princípio que orientou o desenvolvimento do projeto, segundo Souto Moura.
Quase integralmente subterrânea, a obra adota formas e materiais característicos da região. Estão presentes os socalcos, o granito, as oliveiras. À superfície, descreve o arquiteto, “tendo como pano de fundo a barragem, e em primeiro plano a ponte do Eng. Edgar Cardoso, a imagem do edifício da Central ficará reduzido a um complexo de máquinas que obrigatoriamente deverá ficar no exterior, na natureza, artificialmente natural”.
A intervenção de Souto Moura consolida as várias soluções que a EDP tem vindo a integrar no projeto da barragem de Foz Tua para minimizar as alterações morfológicas das vertentes, a volumetria exposta das obras e o seu impacto visual.
Entre outras, destacam-se: a opção por uma subestação compacta em edifício, a eliminação das torres das comportas junto aos bocais da restituição, a adoção de um talude de escavação com elevada inclinação com vista a diminuir a sua altura e a oculta-lo pelo edifício da central, o arranjo arquitetónico integrado, a não execução do acesso à margem esquerda através do coroamento da barragem de forma a reduzir o impacto paisagístico e proteger comunidades florísticas, ou ainda a definição de zonas de “não-afetação” florística na margem direita, mantendo a vegetação ribeirinha natural.


Relativamente ao Aproveitamento de Foz Tua:
O aproveitamento hidroelétrico de Foz Tua, situado no troço inferior do rio Tua, perto da sua confluência com o rio Douro, foi objeto do primeiro concurso público lançado pelo Instituto da Água (INAG), no âmbito do Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH).
Iniciada a construção em 2011, a barragem de Foz Tua tem a sua conclusão prevista para 2016, envolvendo um investimento da ordem dos 305 milhões de euros e criando cerca de 4 mil empregos diretos e indiretos.
O novo empreendimento será constituído por uma barragem em betão, do tipo abóbada, por uma central subterrânea com dois grupos reversíveis com uma potência total de 259 MW. Prevê-se uma produção bruta anual de 585 GWh.

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