sábado, 28 de janeiro de 2012

EUA criam dia oficial do vinho do Porto


Um decantador e cálices em cristal desenhados pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira e uma garrafa de Porto Vintage Quinta do Noval de 2008. Foi com estes produtos que o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, presenteou Barack Obama em 2010. O vinho do Porto é cada vez mais valorizado nos EUA, que são já o sétimo destino de exportação deste produto. Prova disso é a criação e celebração do Dia do Vinho do Porto, que decorreu na sexta-feira passada nos Estados Unidos.
A ideia partiu do Center for Wine Origins, em Washington, e, para o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), é uma iniciativa que «acolhemos e acarinhamos com muito gosto, até porque muitas vezes acaba por ser muito mais eficaz serem os outros a dizer aquilo que nós defendemos», refere Manuel de Novaes Cabral. Neste sentido, «a única coisa que nos foi pedida pelos EUA foi alargar a divulgação desta iniciativa», acrescenta. Para tal, o IVDP vai promover a acção através da imprensa, «mas sobretudo através de blogues e redes sociais», revela o presidente.
Para celebrar o Dia do Vinho do Porto foram realizados vários seminários e provas de vinho nos EUA. De Nova Iorque, passando por Boston ou Washington, foram várias as cidades que acolheram as iniciativas, que tiveram como principal objectivo «promover a genuinidade dos diferentes vinhos do género e, assim, evitar as cópias», detalha Manuel de Novaes Cabral.
Combater as falsificações
Desde 2005 que o Center for Wine Origins tenta controlar as cópias dos vinhos nos EUA. Segundo um estudo recente, realizado pelo organismo, os consumidores norte-americanos estão preocupados com as falsificações e com a defesa da denominação de origem. Segundo o mesmo inquérito – realizado online junto de 1.000 consumidores norte-americanos de vinho que compram, no mínimo, três garrafas por mês –, cerca de 79% dos inquiridos consideram que a região de onde provém o produto é um importante factor no momento da compra. Além disso, 75% dizem que deixariam de comprar um vinho apresentado como sendo de determinada região (como o Porto) mas que, afinal, não o fosse.
Actualmente, «verifica-se um número crescente de cópias de todos os grandes produtos e o vinho do Porto não é excepção», lamenta Manuel de Novaes Cabral. Contudo, «como podemos verificar pelo estudo, os consumidores querem produtos genuínos. Por isso, vamos continuar a trabalhar nesta matéria nos EUA e no resto dos países onde estamos presentes», garante o presidente do IVDP.

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